segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ESTUDOS GERAIS DO CLIMA URBANO

O primeiro estudo dedicado ao Clima Urbano remonta o ano de 1818, quando L. Howard evidenciou que as temperaturas no interior de Londres são superiores às verificadas na periferia.
Em Portugal o primeiro estudo de clima urbano é abordado na tese de doutoramento da Doutora Maria João Alcoforado (1988 e 1992) sobre o “Clima da região de Lisboa”. A segunda tese de doutoramento foi na cidade do Porto com a Doutoura Ana Monteiro, sobre o “Clima Urbano do Porto”, onde dedica muito tempo a Ilha de Calor e a poluição atmosférica. A terceira tese de doutoramento foi realizada em Coimbra, pelo Doutor Nuno Ganho, sobre o “Clima Urbano de Coimbra” .

O termo “Ilha de Calor” foi utilizado pela primeira vez em 1958 por Manley para designar a diferença positiva de temperatura entre o centro e a periferia das cidades. As causas primordiais na diferenças das temperaturas entre as cidades e os campos envolventes deve-se a um conjunto de factores, sendo de destacar os seguintes:
  • A elevada capacidade de absorção de calor pelas superfícies como o asfalto, cimento, tijolo, vidro e pedra;
  • A utilização de energia utilizada pelos veículos, residências, indústrias, iluminação de edifícios e ruas, permitem o aquecimento da atmosfera urbana;
  • O albedo das cidades é menor, entre os 12 e os 20% em relação ao campo.Não devemos esquecer que o albedo corresponde à energia reflectida por um corpo em relação ao total de energia nele incidente;

  • A concentração de edifícios retém a radiação térmica e os próprios materiais de construção se comportam como corpos negros, isto é, são autênticos reservatórios de energia;

  • A radiação solar directa sofre um conjunto de reflexões contíguas nas paredes dos prédios, sendo que a energia é dificilmente perdida devido a ocultação do horizonte – “Sky View Factor”. Assim, a energia fica “aprisionada” entre os prédios;

  • Os prédios contribuem para a diminuição da radiação directa que atinge o solo por “efeito de sombra” das construções. Este efeito restringe-se à atmosfera urbana que ocupa o espaço entre os edifícios e abaixo dos seus topos, genericamente designado de “Urban Canopy Layer”.

Fonte: Tese de Doutoramento: "O Clima Urbano de Coimbra", Nuno Ganho, 1998.

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