domingo, 6 de fevereiro de 2011

Visita de Estudo ao Instituto de Meteorologia do Funchal

       No pasado dia três de Fevereiro os alunos do Clube de Meteorologia "O Infante" realizaram uma visita de estudo ao Instituto de Meteorologia do Funchal. Durante a visita os discentes puderam visualizar muitos dos aparelhos de medição e registo dos mais diversos elementos do clima, desde os tradicionais aos modernos (que utilizam os sensores como sistema).
       A visita de estudo teve uma duração aproximada de duas horas, tendo sido esta acompanhada pela prestação excelente da observadora Luísa, que se monstrou sempre prestativa e motivada para esclarecer as dúvidas emergentes dos alunos do clube.
       Os discentes manifestaram elevados níveis de concentração e motivação, revelando sempre uma postura activa e dinâmica no sentido de optimizar os seus processo de aprendizagem já desenvolvidos no normal decorrer das aulas na disciplina de Geografia. 

Prof. Roberto Fernandes.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os Elementos do Clima - Os Tipos de Precipitação

     A Precipitação Convectiva são precipitações produzidas pela ascensão enérgica de ar fortemente aquecido. Ao subir, o ar expande-se e arrefece até alcançar o ponto de saturação. Formam-se então nuvens com grande desenvolvimento vertical. A precipitação  desta origem costuma ser breve, mas abundante, isto é, em forma de fortes aguaceiros, e é muitas vezes acompanhada de granizo.
     As Chuvas Orográficas são precipitações produzidas pela ascensão do ar ao longo das vertentes de montanhas expostas aos ventos húmidos. Nas vertentes opostas, a precipitação é escassa ou mesmo nula. Estas precipitações são também conhecidas por chuvas de relevo e ocorrem quando os ventos húmidos se elevam  pelo encontro de uma barreira montanhosa, como é normal nas encostas voltadas para o mar.
     A Precipitação Ciclónica ou Frontal são precipitações produzidas pela ascensão do ar húmido nas áreas de baixa pressão, para onde convergem as massas de ar. Se estas apresentam um acentuado contraste de temperatura e humidade, estabelecem-se superfícies de descontinuidade ou superfícies frontais, que favorecem a subida do ar quente sobre o ar mais frio e, portanto, a formação de precipitação.

Fonte: Enciclopédia Geografia, Larousse, 1999.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

APARELHOS DE MEDIÇÃO DOS ELEMENTOS DO CLIMA

TERMÓMETRO – INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DA TEMPERATURA, CONSTITUÍDO POR UM PEQUENO RESERVATÓRIO QUE INDICA A TEMPERATURA INSTANTANÊA;

TERMÓMETRO DAS MÁXIMAS E MÍNIMAS – PERMITE MEDIR AS TEMPERATURAS EXTREMAS NUM PERÍODO DADO (NORMALMENTE 24 HORAS)
PLUVIÓMETRO – INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO. É CONSTITUÍDO POR UM RESERVATÓRIO CILINDRICO QUE RECUPERA TODOS OS TIPOS DE PRECIPITAÇÃO (CHUVAS, GRANIZO, SARAIVA, ETC). O RECIPIENTE APRESENTA UM FORMA CÓNICA E DEVIDAMENTE GRADUADO (LITROS POR METRO QUADRADO);

HIGRÓMETRO – APARELHO QUE SERVE PARA MEDIR A HUMIDADE DO AR. NO COLÉGIO É UTILIZADO O HIGRÓMETRO DE CABELO. COMO SABEMOS O CABELO APRESENTA UMA PROPRIEDADE DE DILATAÇÃO E CONTRACÇÃO CONSOANTE A VARIAÇÃO DA HUMIDADE NO AR;

NOTA: O PRIMEIRO HIGRÓMETRO DE CABELO DATA DE 1783.


BARÓMETRO – APARELHO DE MEDIÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA. O BARÓMETRO UTILIZADO PELO CLUBE DE METEOROLOGIA É O ANEROÍDE, ISTO É, O APARELHO QUE NÃO UTILIZA O MERCÚRIO COMO COMPONENTE PRINCIPAL. A UNIDADE DE MEDIÇÃO É O HECTOPASCAL (hPa);

NOTA: O BARÓMETRO ANEROÍDE FOI INVENTADO EM 1843 PELO ENGENHEIRO LUCIEN VIDIE (1805-1866).

ANEMÓMETRO – APARELHO QUE SERVE PARA MEDIR A VELOCIDADE DO VENTO (METROS POR SEGUNDO). O ANEMÓMETRO UTILIZADO PELO CLUBE É DO TIPO HÉLICE, CONSTITUÍDO POR QUATRO PÁS COLOCADAS SOBRE UM SUPORTE. A VELOCIDADE DO VENTO  É MEDIDA EM FUNÇÃO DO DESLOCAMENTO E ROTAÇÃO DAS PARTES MÓVEIS;

CATAVENTO – APARELHO QUE SERVE PARA INDICAR O RUMO DA ROSA-DOS-VENTOS. É CONSTITUÍDO POR QUATRO PÁS (CADA UMA COM A DIRECÇÃO DA ROSA-DOS-VENTOS), QUE SE MOVIMENTAM EM FUNÇÃO DA DIRECÇÃO PREFERENCIAL DOS VENTOS;

NEBULOSIDADE – MEDIDA PELOS ALUNOS A VISTA DESARMADA. NORMALMENTE OS ALUNOS DIVIDEM O CÉU (DE FORMA CRITERIOSA) EM OITO PARTES IGUAIS. APÓS ESTA SELECÇÃO POR PARTE DOS ALUNOS, VERIFICA-SE VISUALMENTE QUANTAS PARTES ESTÃO OU NÃO COM NEBULOSIDADE. SENDO ASSIM, A UNIDADE DE MEDIÇÃO É EM OITAVOS ( 8/8). POR EXEMPLO, SE DOIS PARTES ESTÃO COM NEBULOSIDADE DIZ-SE QUE O CÉU ESTÁ COM 2/8 DE NEBULOSIDADE;


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

BELTRANDO, GÉRARD; CHÉMERY LAURE. (1995) – Dictionaire du Climat. Editorial Larousse, 344p.

FERNANDES GARCÍA, F.; GALAN, E. (1995) – Manual de Climatologia Aplicada, Clima, Medio Ambiente y Planificación. Editorial Síntesis, Série Mayor, 2, 285p.

ESTIENNE PIERRE ; GODARD ALAIN. (1970) – Climatologie. Editora Armand Colin, 361p.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

FOLHA DE REGISTO DOS ELEMENTOS DO CLIMA



                                       DATA  ____ /____ /____
                                            
                                                                                                          HORA _______________

ELEMENTOS DIÁRIOS DO CLIMA                                          Observador ___________


Temperatura Momentânea (ºC) ______

Temperatura  Mínima (ºC)       ______    Temperatura Máxima (ºC)   _____

Amplitude Térmica Diurna (ºC)            _______

Direcção do Vento      ______

Velocidade do Vento (m/s)  _______

Precipitação (L/m2)                 _______

Pressão Atmosférica (hPa) _______

Centro de Pressão Atmosférica           _________________

Humidade Atmosférica (%)      _______

Nebulosidade (oitavos do céu) ________



Índice do índice de incêndio (ANGSTROM) _______

IRa= 0,05.U+0,1 (27-T)
Sendo
IRa- o índice de risco de incêndio;
U- a humidade relativa do ar a uma dada hora;
T- a temperatura do ar a mesma hora;

IRa > 4,0 – condições desfavoráveis à deflagração de incêndios florestais.
2,5<IRa< 4,0 – condições pouco favoráveis.
IRa< 2,5 – Condições muito favoráveis.


Índice Wind Chill ou Conforto Térmico (de Siple e Passel) _______

W= (  100 v + 10,45 – v)  . (33 – t)
W - Corresponde o poder refrigerante do ar.
V – velocidade do vento em m/s.
T – temperatura do ar em ºC.

W- Os valores compreendidos entre 300 e 599 são classificados de relaxantes, em que os stress cutâneo é nulo e em que não entra em funcionamento nenhum mecanismo de autoregulação. 

W – Os valores acima de 600 requerem o fornecimento de calor, pois os valores de temperatura são baixos e associados com o vento provocam o desconforto bioclimático do Homem.

W – Abaixo de 300 as condições de bem-estar só são possíveis mediante a cessação do fornecimento de calor, pois as temperaturas elevadas associadas com o vento podem provocar o desconforto bioclimático.


Fonte: Clube de Meteorologia "O Infante".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ESTUDOS GERAIS DO CLIMA URBANO

O primeiro estudo dedicado ao Clima Urbano remonta o ano de 1818, quando L. Howard evidenciou que as temperaturas no interior de Londres são superiores às verificadas na periferia.
Em Portugal o primeiro estudo de clima urbano é abordado na tese de doutoramento da Doutora Maria João Alcoforado (1988 e 1992) sobre o “Clima da região de Lisboa”. A segunda tese de doutoramento foi na cidade do Porto com a Doutoura Ana Monteiro, sobre o “Clima Urbano do Porto”, onde dedica muito tempo a Ilha de Calor e a poluição atmosférica. A terceira tese de doutoramento foi realizada em Coimbra, pelo Doutor Nuno Ganho, sobre o “Clima Urbano de Coimbra” .

O termo “Ilha de Calor” foi utilizado pela primeira vez em 1958 por Manley para designar a diferença positiva de temperatura entre o centro e a periferia das cidades. As causas primordiais na diferenças das temperaturas entre as cidades e os campos envolventes deve-se a um conjunto de factores, sendo de destacar os seguintes:
  • A elevada capacidade de absorção de calor pelas superfícies como o asfalto, cimento, tijolo, vidro e pedra;
  • A utilização de energia utilizada pelos veículos, residências, indústrias, iluminação de edifícios e ruas, permitem o aquecimento da atmosfera urbana;
  • O albedo das cidades é menor, entre os 12 e os 20% em relação ao campo.Não devemos esquecer que o albedo corresponde à energia reflectida por um corpo em relação ao total de energia nele incidente;

  • A concentração de edifícios retém a radiação térmica e os próprios materiais de construção se comportam como corpos negros, isto é, são autênticos reservatórios de energia;

  • A radiação solar directa sofre um conjunto de reflexões contíguas nas paredes dos prédios, sendo que a energia é dificilmente perdida devido a ocultação do horizonte – “Sky View Factor”. Assim, a energia fica “aprisionada” entre os prédios;

  • Os prédios contribuem para a diminuição da radiação directa que atinge o solo por “efeito de sombra” das construções. Este efeito restringe-se à atmosfera urbana que ocupa o espaço entre os edifícios e abaixo dos seus topos, genericamente designado de “Urban Canopy Layer”.

Fonte: Tese de Doutoramento: "O Clima Urbano de Coimbra", Nuno Ganho, 1998.

    terça-feira, 23 de novembro de 2010

    ACTIVIDADES REALIZADAS NO CLUBE DE METEOROLOGIA “ O INFANTE”


    - Exploração geográfica de dados meteorológicos (disciplina de Geografia);

    . Construção e análise de gráficos de variação temporal de vários elementos climáticos;

    . Construção e análise de gráficos combinados de inter-relação entre variáveis climáticas;

    . Construção e expressão gráfica;

    . Estudos comparativos dos registos locais actuais com as normais climatológicas regionais;

    . Retratos climáticos locais;

    . Inter-relação da meteorologia factual, dos fenómenos meteorológicos registados localmente com a meteorologia explicativa, das cartas meteorológicas;

    . Aplicação de conceitos e medidas estatísticas (disciplina de Métodos Quantitativos);

    . Exercícios de cálculo de médias, medianas, modas;

    . Construção de tabelas de frequência;

    - Aplicação de conceitos informáticos e exploração de programas variados (folha de cálculo, processador de texto, etc) – disciplina de Informática;

    - Apresentação diária do boletim da previsão do estado do tempo, com os resultados dos principais elementos do clima;

    - Apresentação de novos cartazes alusivos aos principais temas da meteorologia;

    - Análise e interpretação de fotografias aéreas da Região Autónoma da Madeira;

    - Realização de estudos climáticos locais na área de influência do Colégio Infante D. Henrique;
      
    - Criar um canal de informação permanente sobre questões do tempo, clima e ambiente, junto da escola e da comunidade em geral, para deste modo promover uma consciência colectiva sobre riscos ambientais e climáticos;

    - Realização de visitas de estudo ao Instituto de Meteorologia;

    - Participação com entrega de trabalhos científicos para o painel de Geogragia intitulado de "Geografia das Ideias".

    Professor Roberto Dário Gonçalves Fernandes. 













    COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DO CLUBE DE METEOROLOGIA “ O INFANTE”

    - Motivar os alunos para a experimentação, criando hábitos de utilização do Método Científico através da observação de parâmetros meteorológicos e ambientais;

    - Promover o ensino experimental junto dos professores e alunos;

    - Incentivar a utilização da Internet para promover a ciência e a troca de experiências;

    - Desenvolver a sensibilidade e o compromisso social para as questões ambientais, direccionadas para a vertente do clima e da sua inter-relação com o ambiente;

    - Melhorar a compreensão dos processos que influenciam e são influenciados pela atmosfera da Terra a uma escala global, regional e local;

    -  Utilizar correctamente o vocabulário específico das disciplinas de Climatologia e Meteorologia;

    - Sistematizar os dados, dando-lhes coerência e utilizando-os na resolução de problemas emergentes;

    - Aumentar a capacidade para a utilização da informação meteorológica e climática no apoio a sistemas de suporte;

    - Identificação e classificação dos principais tipos de estados de tempo, associados aos diferentes centros de pressão;

    - Desenvolver o espírito crítico, sentido de responsabilidade, autonomia e criatividade;

    - Desenvolver a capacidade de recolha e organização de informação;

    - Consciencializar a comunidade para alguns problemas ambientais relacionados com o clima;

    Professor Roberto Fernandes